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As Plantas Sagradas e a Eternidade Dourada

Ainda caminho pelo processo de assimilação de um despertar divino e mágico. Meu corpo e minha alma entraram em contato com o sagrado, que em uma de suas materializações na Terra, concebeu-se como plantas da floresta.

Há um ano atrás recebi o primeiro chamado. Na época estava trabalhando em um projeto sobre os cientistas brasileiros, onde conheci Sidarta Ribeiro. Um neurocientista que desenvolve pesquisas relacionadas à sonhos, sono, memória e também sobre Ayahuasca.

Além de uma visão pessoal sobre o chá, Sidarta me apresentou uma perspectiva científica, abordando diversos trabalhos acadêmicos que começaram a legitimar ainda mais os seus benefícios, processos de cura de pacientes com doenças mentais e a importância de explorarmos caminhos alternativos para ampliar os horizontes da neurociência e dos estudos da mente.

Três meses após meu contato com Sidarta, minha mãe fez o convite para acompanhá-la à um centro espiritualista. Chegando lá, um dos rituais realizados era o Santo Daime, manifestação religiosa surgida na Amazônia com o uso sacramental do Ayahuasca.

Desde então, comecei a pesquisar sobre o chá indígena e seus poderes. A ideia de experimentá-lo permaneceu constante em meus pensamentos.Além de minha ansiedade ser o principal motivador , toda vez que ficava triste sem causa aparente ou quando problemas e conflitos internos me tiravam da órbita de uma ilusória zona de conforto, eu dizia convicta que aquele seria o momento de usar. Mas tudo passava, eu voltava a orbitar com calma e leveza, seguindo meu cotidiano mundano e ignorando uma busca pelas raízes essenciais dessa batalha interna.

Dessa forma, durante o decorrer do ano, oportunidades e motivações passavam por mim, eu ignorava e sempre deixava para a próxima. Até o dia em que queridos amigos me convidaram para um evento de consagração do Ayahuasca no mesmo centro espiritualista que frequentei algumas vezes com minha mãe.

Coincidentemente nesse momento, meus conflitos internos mal resolvidos, bloqueios e sombras das quais nunca consegui me livrar, surgiram com tamanha intensidade, me atingindo e alertando que tudo estava no limite para ser resolvido ou começar a se resolver.

A convicção que eu precisava surgiu e me tocou.

Eu tinha uma semana para me preparar, fisicamente e mentalmente. Para esse processo, o centro oferece uma série de orientações e uma lista de medicamentos que não são compatíveis com as substâncias presentes no Ayahuasca.

Sem nenhuma ansiedade, confiante e com um entusiasmo que não cabia em mim aguardei pelo dia que ficaria marcado pelo resto de minha vida.

A fraternidade Kayman se define como uma “aliança entre todas as linhas de fé com a intenção de reproduzir em uma fraternidade o encontro de energias que é o próprio Brasil”. Ou seja, um lugar ecumênico, aberto a todas pessoas, com crenças, sem crenças. Quem é você? No que você acredita? Nada disso importa.

O evento que tive a oportunidade de ir tinha uma proposta envolvendo Xamanismo e cura quântica, com o tema relacionado à primavera, ao plantar e colher. Como era a minha primeira vez, preenchi uma ficha de identificação com perguntas e também fiz uma entrevista.

Depois, fomos todos para o salão, uma apresentação foi realizada e em seguida demos início ao ritual. Dispomos nossos colchonetes no chão e preparamos um espaço individual para a nossa viagem interior. Foi orientado que a duração total seria em torno de sete horas, divididas em três momentos, cada um com uma dose do chá.

Faltando poucos minutos para o encontro com a entidade do Ayahuasca, todo meu entusiasmo foi convertido em uma onda de nervosismo. Apesar de sentir no fundo da minha alma que tudo ocorreria perfeitamente bem, o caminho do desconhecido anda de mãos entrelaçadas com o medo. Uma frase do mitólogo Joseph Campbell, que eu amo, ilustra bem isso. “Na caverna que você tem medo de entrar está o tesouro que você procura”. E inspirada pela força dessas palavras, tomei a dose que daria início ao primeiro dia do resto da minha vida

A força começou a se manifestar preenchendo todo meu corpo com uma quentura aconchegante acompanhada de uma sensação de tranquilidade e relaxamento. Logo depois, as mirações chegaram.

A primeira visão foi de um lobo que caminhava de um lado para outro atrás de mim, bem atento, como se estivesse me guardando e me protegendo. Atrás do lobo um casal de Índigena, um homem e uma mulher, falavam algo entre eles que eu não conseguia escutar. Depois disso uma série de insights começaram a surgir na minha cabeça, pensamentos me alcançaram numa velocidade além das condições normais ou algum dia concebidas por mim. Eu conseguia assimilar tudo aquilo perfeitamente, sem deixar nada escapar. Nesse momento eu senti o poder da minha mente.

Foi realizado o chamado para a segunda dose.

Eu me vi no útero da minha mãe, em seguida no parto do meu filho. Eu não tenho filhos. Encontrei com meu eu de sete anos de idade, abracei meu passado e resignifiquei um episódio traumático da minha infância. Por acreditar em guias espirituais, encontrei com o meu, um ser com um arquétipo pleiadiano, que fazia uma espécie de Reiki em mim e sussurrava algumas orientações no meu ouvido. Houve também visões relacionadas à outros seres que não são desta dimensão e planeta.

Além disso, sentei em uma fogueira ao lado de Joseph Campbell, que pegou minhas mãos e as aqueceu nas suas. Olhei para o outro lado estava Jack Kerouac, um autor que me marcou profundamente. Ele apenas me observava e fumava seu cigarro.

Há um trecho de um dos textos de Jack Kerouac que traduz muito bem o sentimento de tudo que eu estaria para vivenciar e compreender nessa noite mágica.

E dessa forma presenciei e experimentei o que Jack Kerouac chamou de eternidade dourada.

Na terceira dose eu contemplava um estado de êxtase puro. Uma banda começou a tocar dando início, na minha percepção, à uma uma festa mística na floresta. Eu meditava, apreciava a música, cantava, abria os olhos, admirava as pessoas que dançavam na minha frente em uma sincronia perfeita de expressão humana da transcendência. Fechava os olhos novamente, levantava, dançava e depois deitava de novo. Fui preenchida por uma felicidade e pela sensação de prazer e bem estar que não cabiam em mim. Transbordei.

Depois desse momento de puro encantamento, comecei a ficar enjoada. “Eu dou conta de lidar com isso , não vou passar mal. Vou sim. Será?” Perguntei para uma das pessoas que estava dando suporte explicando que eu conseguia segurar mas estava com vontade de vomitar. Ele respondeu “ Se quer sair, deixa sair”. Nesse momento fui para um canteirinho especialmente reservado para isso.

Vomitei vinte seis anos de existência ou até mais.

Em seguida, muitas lágrimas escorriam pelo meu rosto configuradas no choro mais lindo e sincero de toda minha vida.

Ocorreram momentos de leveza incríveis, mas nada comparado a esse. Flutuei até meu colchão onde repousei com a consciência absurdamente clara como ela nunca estivera antes. E fiquei dessa forma por um tempo. Quanto tempo? Que tempo? Tempo?

O tempo não estava existindo nesse meu processo. Minhas portas da percepção estavam limpas. Parafraseando William Blake “Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.”

Nadando pelas águas infinitas do meu universo interior conectado plenamente ao Cosmos infinito, o convite para uma quarta dose extra do chá foi feito. Estava tão imersa no processo de entrega ao Ayahuasca que me levantei e fui tomar. Senti que era necessário e que a divindade das plantas me chamava para ir até lá mais uma vez.

Acreditava que tudo já havia acontecido e que agora ficaria apenas em um estado de contemplação e assimilação. Eu não sabia, mas muitas coisas ainda precisavam ser resolvidas.

Mergulhei pelas profundezas do desconhecido.Encarei e enfrentei meus medos mais profundos. Senti intensamente o que conhecemos por energia. Imergi na escuridão. Virei do avesso. Vomitei. Vomitei e Vomitei. Limpei. Doeu. Sarou. Meu mundo caiu. Levantei mais forte. Uma dose de catarse e dissipação de ilusões.

Nesse momento mais difícil , recebi o auxílio de duas mulheres, desconhecidas por mim e que no mais puro sentimento de empatia estenderam suas mãos e me ajudaram. Pessoas iluminadas das quais não me esquecerei e sempre terei uma gratidão imensa pela sua sensibilidade. Nunca estamos sozinhos. O Universo sempre enviará alguém para auxiliar na nossa jornada.

Apesar de tudo isso, eu confiava no processo e vi diante de mim a concretização de uma intensa cura e a maior experiência de autoconhecimento, transcendentalismo e espiritualidade que tive.

No final, todos nós sentamos em roda e compartilhamos nossas experiências. Antes de falar, sacudimos um chocalho e demos abertura às nossas palavras com a expressão “Haux Haux.” Na cultura indígena, Haux significa “que venha a cura”, utilizado pelo pajé para iniciar e finalizar os cantos e trabalhos de cura, uma saudação às pessoas e ao mundo espiritual. Gratidão foi a palavra mais usada pelas pessoas.

Voltei para minha casa ainda sem conseguir assimilar tudo que vivenciei naquelas sete horas que se configuraram como eternidade. E mesmo passando por todo esse processo intenso de cura e autoconhecimento, isso foi apenas um primeiro e grande passo de uma jornada, constante e contínua, de descobertas, significações e ressignificações de um vasto universo interior.

O chá das plantas sagradas nos dá o poder de visualizar e acreditar que as outras plantas também são sagradas, o gatinho que passa por você na rua é sagrado, a baleia que habita o oceano Pacífico do outro lado do planeta é sagrada, seu melhor amigo é sagrado, sua família é sagrada e especialmente você é sagrado. Tudo e todos nós somos sagrados porque fazemos parte de um Universo que é sagrado, mágico e repleto de infinitas possibilidades. Quando descobrimos isso, não há nada que nos impeça de nada. Vamos aonde quisermos ir. Qualquer barreira é ilusória. E assim consagramos e brindamos nossa existência conectada à um sentido inato. Um sentido que sempre fez morada em nosso ser e a qualquer momento pode ser alcançado.

Toda experiência que relatei foi graças à uma sabedoria indígena. Em meio a densas e vastas florestas com milhares e milhares de espécies , conseguiram fazer a combinação específica de duas plantas para criar um chá com tamanha força e poder. Se isso não for muito incrível, eu não sei o que é.

Sabedoria que sempre foi ignorada e oprimida durante séculos em nosso país. É indígena, é exótico, é distante, é indiferente . Quem são os índigenas? Quem somos nós?

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